A mineração é um processo que visa suprir a necessidade de obtenção de matéria-prima para inúmeras áreas da indústria. Sua importância é altamente sentida seja no impacto desses componentes nas linhas produtivas ou nos elevados valores financeiros movimentados por esse tipo de mercado.
Ramificada em diferentes segmentações, a mineração é repleta de técnicas e métodos que tem por objetivo possibilitar a atividade de modo seguro e sem agressões ao meio ambiente e nesse contexto, a disposição de rejeitos é um dos tópicos de maior destaque e importância.
Antes de especificar quais são as principais técnicas de disposição de rejeitos e estéril veja a diferenciação entre os dois termos:
O que são rejeitos?
Rejeitos são materiais descartados provenientes das plantas de beneficiamento de minério, sendo que as estruturas para sua disposição são pensadas de modo a conter e depositar inúmeros tipos de resíduos.
E estéril?
Já por estéril entende-se os materiais que não podem ser aproveitados, com pouco ou nenhum mineral útil, e que são costumeiramente descartadas ainda nos processos de lavra. Por não possuírem qualquer valor ou benefício mineral, esse descarte pode até mesmo ser definitivo.
Principais técnicas de disposição de rejeitos na mineração
Todo e qualquer resíduo, seja ele rejeito ou estéril, deve ser disposto com planejamento. A escolha do local, por exemplo, deve ser feita seguindo dados comprobatórios de que o terreno é adequado e ideal para tal disposição. A disposição do material estéril e rejeitos leva em conta análises geotécnicas e deve prever ações corrosivas a fim de evitá-las.
Em geral, pilhas de rejeitos sólidos, lamas, resíduos e rejeitos da mineração artesanal ou voltada à construção civil, entre outros podem ser dispostos de diferentes formas.
Cada uma delas, é claro, apresenta muitas vantagens e desvantagens entre si valendo a pena uma análise mais profunda e segura para uma decisão satisfatória.
a) Método de montante
Menos custoso, o método de montante possui uma alta velocidade de alteamento, facilitando assim a operação e podendo até mesmo ser construído em terrenos íngremes.
Por outro lado, e infelizmente, este também é o método com menor segurança. Existem riscos associados a vibrações naturais ou causados por equipamentos e máquinas que podem vir a trazer prejuízo para a disposição.
Uma característica marcante deste método que vale destacar ainda é a construção de diques ao redor do local destinado a receber as sedimentações.
b) Método de jusante
Método com variantes possui dreno e dique e os rejeitos inseridos nele são ciclonados. Sua principal vantagem é a eficiência que possibilita um controle mais certeiro sobre as superfícies freáticas, além disso, é também uma operação bem simples.
Outro ponto favorável a este método é que ele possibilita a compactação da barragem como um todo e tem uma maior segurança por seus controles mais pontuais.
Entre as desvantagens do método de jusante estão a necessidade de altos níveis de rejeitos ainda nas fases iniciais de construção e é imprescindível a utilização de sistemas eficientes de drenagem.
c) Método da linha de centro
Considerado como o método de solução intermediária para a disposição de rejeitos, até mesmo em termos de custos, mantém-se como um meio termo às alternativas anteriormente citadas.
Suas vantagens são claras e bem objetivas, dentre elas destacam-se a facilidade na hora de construir o sistema, os eixos de alteamento que são constantes e a redução do volume que é necessário na técnica jusante.
Dentre as desvantagens destaca-se o fato de que o método precisa de uma drenagem eficiente junto a um eficaz método de contenção, é uma operação um pouco mais completa e também exige bons investimentos.
d) Disposição subterrânea
Destinado a rejeitos de cunho permeável, alta rigidez e pouca compressibilidade, a disposição subterrânea é indicada para minérios que não possuem potencial risco ao meio ambiente visto que estes, por sua vez, podem prejudicar ao contaminar águas e solos, por exemplo.
Esse tipo de rejeito pode até mesmo ser injetado diretamente na cava da mina, a fim de ser reinserido ao processo.
e) Disposição em pilhas controladas
Retirando a água dos rejeitos, é possível aloca-los em pilhas destinadas a locais mais adequados. Neste modelo de disposição, é essencial tomar o cuidado de separar toda a parte argilosa do material, a fim de reduzir qualquer tipo de erro ou acidente.
A maior vantagem deste método é ambiental. Ao optar por esta técnica pouco se impacta diretamente na natureza.
Riscos de uma má disposição de rejeitos
Um alerta visível e evidente sobre a disposição de rejeitos refere-se ao impacto sofrido na paisagem e na estrutura do terreno utilizado para tal acumulo. A instabilidade, comum nessas reservas, é elevada e o risco claramente alto.
Há não muito tempo, em Novembro de 2016, o estado de Minas Gerais passou por uma catástrofe ligada a má administração de rejeitos, quando a lama de uma mineradora estourou a barragem e atingiu alguns vilarejos.
Além do prejuízo momentâneo, até agora as terras e rios atingidos não se recuperaram 100%.
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Foto: Felipe Werneck - Ascom/Ibama
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