Projeto de recuperação de áreas degradadas

A elaboração e apresentação de projeto de recuperação de áreas degradadas pela mineração é amparada pela Norma Regulamentadora 13030 de 1998 (NBR 13030:1998).

Esta norma destina a obtenção de subsídios técnicos que possibilitem a melhoria da qualidade ambiental através da definição de diretrizes, independente da fase de instalação de um projeto.

Características do projeto de recuperação de áreas degradadas

O projeto de recuperação de áreas degradadas necessariamente deve exibir as seguintes características:

  • Atender às exigências de qualidade ambiental da área após reabilitada, fixando previamente a qualidade, compondo o cenário comportamental da área reabilitada e, a seguir, concebendo e desenvolvendo soluções para alcançar tal resultado.
  • Incluir sempre justificação fundamentada das ações e dispositivos integrantes do projeto.
  • Incluir recomendações específicas de cunho executivo com vistas ao objetivo acima.
  • Utilizar amplamente as características constitutivas e comportamentais do sistema ambiental local, em todos os aspectos de que dependam a economicidade da reabilitação, sua eficácia quanto à estabilidade dos resultados e o desempenho futuro da área reabilitada.
  • Incluir programa de monitoramento.

 Itens para elaboração e apresentação de projeto de recuperação de áreas degradadas pela mineração 

1 – Descrição geral do empreendimento 

1.1 Informações gerais:

– identificação da empresa;

– legislação pertinente;

– identificação das áreas junto ao órgão competente;

– localização da área;

– identificação da empresa que elaborou o plano

(registro no órgão competente);

– número do processo no DNPM;

– endereços para correspondência;

– nome e endereço do proprietário do solo.

1.2 Caracterização do empreendimento:

– substância mineral explotada;

– método utilizado para extração;

– capacidade instalada, produção anual e vida útil;

conformação topográfica original, atual e final da área;

– caracterização geral das áreas de disposição;

– rendimentos operacionais.

1.2.1 Plano de desenvolvimento da atividade de lavra.

– descrição do plano;

– características dos solos orgânicos de ocorrência na área a ser implantada;

– classificação do estéril e rejeito quanto ao grau de inertibilidade;

– viabilidade de aproveitamento econômico do estéril.

1.2.2 Sistema de beneficiamento:

– descrição dos processos;

– recuperação;

– caracterização físico-química e mineralógica do rejeito;

– viabilidade de aproveitamento econômico do rejeito.

1.2.3 Sistema de disposição de estéril/rejeito.

1.2.4 Estruturas de apoio.

2 – Diagnóstico ambiental

2.1 Definição das áreas de influência direta e indireta.

2.2 Meio físico:

– climatologia;

– geologia (aspectos constitutivos e comportamentais: constituição e estrutura geológica, geomorfologia, hidrogeologia,aspectos geotécnicos, aspectos pedológicos e edafológicos);

– hidrologia.

Meio biótico:

– caracterização qualitativa e quantitativa da fauna e

flora;

– inter-relações fauna/flora (terrestre e aquática);

– caracterização da biodiversidade e estrutura dos habitates. 

2.4 Meio antrópico:

– dinâmica populacional;

– uso e ocupação do solo e seus ordenamentos;

– atividades econômicas e estrutura produtiva;

– elementos do patrimônio natural, histórico, cultural e arqueológico;

– caracterização de interesses potencialmente conflitantes. 

2.5 Fisionomia ecológica da região:

– integração dos aspectos bióticos e abióticos da paisagem.

 3 – Impactos ambientais 

– descrição e avaliação dos impactos e efeitos ambientais nas fases de implantação, operação, abandono e desativação do empreendimento nas áreas de influência direta e indireta, considerando os meios físico, biótico e antrópico.

4 – Aptidão e intenção de uso futuro 

– descrição dos impactos;

– utilização prevista para determinada área, considerando-se o diagnóstico e os impactos ambientais;

– plano de desativação da mina por ocasião da exaustãodas reservas, incluindo cavas e aberturas subterrâneas,depósitos de estéreis, barragens, áreas industriale residencial.

5 – Conformação topográfica e paisagística 

5.1 Detalhamento do processo nas áreas de influência

direta e indireta, levando-se em consideração o uso futuro

da área:

– estabilidade, controle de erosão e drenagem;

– adequação paisagística;

– revegetação com predominância de espécies nativas

locais;

– em caso de pilha de estéril e barragens de rejeitos, deve-se adequar à conformação topográfica e paisagística local. 

5.2 Concepção esquemática da área reabilitada.

 5.3 Identificação e caracterização de materiais de outros sítios. 

5.4 Efeitos antrópicos sofridos por outros sítios. 

6 – Ações emergenciais para riscos de acidentes ambientais 

6.1 A empresa deverá estabelecer guias práticos e aplicáveis, com procedimentos e instruções relativas de como atuar em condições anormais, de acidentes e de situações potenciais de emergência.

6.2 Definir níveis de gravidade de risco que poderão ser gerados pelos incidentes e acidentes, permitindo:

– detectar o incidente;

– identificar o nível de gravidade;

– estabelecer ações correspondentes para intervenção

rápida e tipo de tratamento.

6.3 Avaliação de riscos de acidentes ambientais.

6.4 Estabelecimento de atendimento de emergências, abrangendo ações corretivas de monitoramento e preventivas.

 7 – Renúncia do título de lavra 

Por ocasião da renúncia do título da lavra, por exaustão da jazida ou interesse do concessionário, este deve solicitar a renúncia do título ao órgão competente do Ministério de Minas e Energia, acompanhado dos seguintes documentos:

– relatório dos trabalhos efetuados, do estado da mina e suas possibilidades futuras;

– certidão do órgão ambiental competente, comprovando o cumprimento das obrigações ambientais na área.

Udachnaya Diamond Mine, Russia
Udachnaya Diamond Mine, Russia

Imagem: Own work

8 – Programa de acompanhamento e monitoramento 

– água (superficial e subterrânea);

– ar;

– solo;

– fauna;

– flora;

– biodiversidade;

– instrumentação de estrutura e obras;

– acompanhamento e manutenção das obras executadas.

9 – Fluxograma de planejamento e execução

 10 – Cronograma executivo 

– físico;

– financeiro;

– descomissionamento do empreendimento junto ao órgão ambiental competente.

 11 – Referências bibliográficas

 12 – Equipe técnica 

– responsáveis técnicos pela elaboração do projeto de recuperação de áreas degradadas;

– anotação de responsabilidade técnica (ART).

 13 – Anexos 

– desenhos;

– fotografias;

– mapas;

– planilhas de custo;

– outros.

7 respostas para “Projeto de recuperação de áreas degradadas”

  1. Avatar de Everaldo tecno em geologia e mineração

    Parabéns pelo site e seus conteúdos.

    É de muita importância para quem esta na fase de curso e/ou atuando em campo, como técnico em geologia e mineração.

    Hoje trabalho em uma pedreira, já trabalhei em mina de subsolo. Quero expandir meus horizontes de conhecimentos.

    Aqui encontrei informações que elevam meus conhecimento neste setor.

    Um abraço!

    att; Everaldo

    1. Avatar de Marcos Lopes

      Obrigado pelo seu comentário Everaldo. São comentários como o seu que nos motiva a continuar com este projeto. Volte sempre. Um grande abraço.

  2. Avatar de OSÉIAS COSTA REGO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS E ESTUDANTE DE ENGENHARIA DE MINAS
    OSÉIAS COSTA REGO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS E ESTUDANTE DE ENGENHARIA DE MINAS

    PARABÉNS PELO SITE !
    GOSTARIA DE PEDIR MODELOS PRONTOS DE PROJETOS VOLTADOS A MINERAÇÃO COMO ESTE AI SE POCÍVEL.

    1. Avatar de Marcos Lopes
      Marcos Lopes

      Respondi no outro comentário. 🙂

  3. Avatar de OSÉIAS COSTA REGO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS E ESTUDANTE DE ENGENHARIA DE MINAS
    OSÉIAS COSTA REGO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS E ESTUDANTE DE ENGENHARIA DE MINAS

    Me envie algum material por Email sou seguidor do site.
    Obs. No e-mail desse comentário

    1. Avatar de Marcos Lopes
      Marcos Lopes

      Olá Oséias, em breve teremos uma área do site para efetuarem download de material relacionados a mineração. Cadastre-se seu email no formulário no fim do artigo acima para receber nossas novidades.

  4. Avatar de José robson da silva
    José robson da silva

    Sou técnico em meio ambiente, foi de grande importância ter o conhecimento do ( PRAD ) onde possibilita ter em mãos dados
    de mera importância para o meio ambiente respirando novamente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *