No Brasil, com o fim da produção açucareira no século XVII, iniciou-se a conhecida corrida do ouro pelos territórios nacionais. A Coroa prometia altos ganhos para quem se dedicasse na busca por metais preciosos e muitas pessoas imigraram para a nova terra na intenção desse possível enriquecimento. Na época, é claro, não havia ferramentas e estudos específicos que ajudassem na localização das pedras e isso dificultou o processo tornando-o mais lento e bem mais trabalhoso.
Contudo, hoje são muitos os estudos e as ferramentas disponíveis para essa análise. E a pergunta, “Como fazer uma pesquisa e prospecção mineral para o ouro?” agora pode ser respondida mais facilmente num passo a passo simples.
1º Primeiro passo: Análise de dados geofísicos para mineral ouro
O primeiro passo é fazer uma pré análise de dados aerogeofísicos já existentes para identificar possíveis alvos. Esses dados são disponibilizados pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Para saber como adquirir um dados aerogeofísicos o usuário deverá acessar o documento linkado abaixo:
· Como adquirir
E para obter informações sobre valores acessar:
· Valores de Projetos Aerogeofisicos
Mas antes disso o que é Geofísica? Geofísica é o ramo que estuda determinadas propriedades físicas das rochas e minerais e os fenômenos associados a essas propriedades. Tem por objetivo determinar a distribuição espacial dos materiais e estruturas que compõe o nosso Planeta. As principais áreas de aplicação da geofísica são:
- Prospecção de Petróleo;
- Estudos Ambientais;
- Mineração;
- Arqueologia; e
- Geologia de Engenharia.
Na prospecção mineral, tem os seguintes objetivos:
- Estudo geológico das regiões, definindo, assim, as províncias mineralizadas;
- Determinação da geometria de depósitos minerais aluviais, como o ouro, diamante, cassiterita, etc;
- Determinação da orientação de fraturas e veios mineralizados;
- Detecção da presença de minérios disseminados (sulfetos); e
- Determinação da capa de matéria estéril.
As técnicas mais utilizadas na prospecção dos produtos de mineração são: meios elétricos, eletromagnéticos e potenciais. É importante, e viável, na busca pelo ouro, utilizar-se dos ensaios geofísicos, visto que colaboram com uma maior rapidez para o resultado desejado já que indica o caminho a ser seguido.
2º Passo: Solicitar autorização de pesquisa pelo DNPM
Em posse do resultado das análises dos dados aerogeofísico que determina o que e onde explorar, o segundo passo é solicitar a autorização para a pesquisa no DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral.
Para requerer a autorização de pesquisa e lavra de recursos minerais é preciso ser brasileiro, pessoa natural, firma individual ou empresa legalmente habilitada; deve estar cadastrado no CTDM – Cadastro de Titulares de Direitos Minerários – e precisa seguir uma lista de afazeres devidamente divulgada pelo próprio site do DNPM < www.outorga.dnpm.gov.br >.
O título a ser recebido, após o cumprimento legal de todas as solicitações, é o “Alvará de Pesquisa”, outorgado pelo Diretor Geral do DNPM e publicado no DOU – Diário Oficial da União. O prazo concedido para as pesquisas varia entre 2 e 3 anos e as áreas máximas cedidas para estudo, de 5 a 2.000 hectares, exceção apenas para a Amazônia Legal, que pode chegar a 10.000 hectares devido a dificuldade de acesso.
3º Passo: Mapeamento geológico
O mapeamento geológico da área a ser estudo constitui o terceiro passo e é imprescindível para a mineração. Uma das ferramentas mais importantes do sistema de estudos, além de possibilitar a identificação dos depósitos minerais, contribui na tomada de decisão da escolha dos locais apropriados para a abertura de minas e, em parceria com o planejamento de lavra, otimiza as atividades fornecendo informações básicas sobre o modo de ocorrência do minério, sua distribuição na área geográfica, variações dos teores, entre outras. Tudo isso garante um direcionamento de qualidade na corrida pelo ouro, ou por outros tipos de minerais, é claro.
4º Passo: Amostragem de sedimentos de corrente para minerais pesados
O Sedimento de Corrente é o principal método nas pesquisas regionais e tem como principal objetivo a definição do tópico a ser analisado posteriormente. Já as amostras, que são coletas nessa fase de estudo, tendem a informar possíveis anomalias do território.
A coleta para amostragem dos sedimentos de corrente deve obedecer a um planejamento previamente estabelecido e que se baseia nas seguintes questões:
- O que coletar?
- Como coletar?
- E, quanto coletar em cada estação de amostragem?
No geral, o mínimo a ser coletado deve ser 4 vezes maior que a alíquota a ser enviada ao laboratório de análise e, a maioria das empresas que trabalham na área recomenda, de 1 à 2 litros de amostra de sedimento de corrente.
As amostras de minerais pesados, quanto a sua representatividade, não diferem das demais, exceto no que diz respeito aos seus constituintes que, muitas vezes, contêm minerais seletivos das unidades litológicas da área de estudo e capitação.
Nesta etapa também é indicado a realização de amostragem de concentrados de bateia.
5º Passo: Amostragem de rochas e solos na prospecção mineral para ouro
Indo para o próximo item imprescindível na pesquisa, de acordo com a NBR 6502, Rocha é um “material sólido, consolidado e constituído por um ou mais minerais, com características físicas e mecânicas específicas para cada tipo”. Sobre solo, a mesma norma define como “material proveniente da decomposição das rochas pela ação de agentes físicos ou químicos, podendo ou não conter matéria orgânica”.
O solo é um dos mais importantes e, consideravelmente, um dos mais fáceis meios para se coletar amostra. Entretanto, é preciso precauções, já que é o meio mais comum de erro. Antes de tudo, é preciso assegurar que as amostras são do próprio terreno e não as de transporte, que são levadas por eventos naturais ou humanos; também é preciso adequar à linha horizontal para, assim, garantir que as poções remontam uma mesma época.
No que interesse aos estudos para pesquisa e prospecção mineral do ouro, o volume mínimo recomendado, pelas referências históricas e geográficas, é de 300 g no horizonte B de solo residual. Esse número pode variar.
Quanto a amostragem de rochas, comumente chamada amostragem litológica pode ser classificada segundo sua forma de coleta: pontuais, que podem ser em blocos (simples) ou lascas e punhados (compostos); lineares, que podem ser obtidas por meio de canal, testemunho de sondagem ou perfuratriz (Veja o 6º Passo); planares que correspondem as amostras em camadas; e, por fim, de volume, que podem ser coletadas em poços, galerias ou pilhas de estoque.
Neste passo também é indicado a realização de uma geofísica terrestre. Os métodos geofísicos elétricos são particularmente promissores em estudos voltados a busca de sulfetos, devido ao contraste das propriedades físicas resistividade elétrica e cargabilidade.
6º Passo: Sondagem e definição da jazida/depósito
Por fim, é hora de definir a malha de sondagem baseada na análise de todos os dados coletados anteriormente (Dados Geofísicos, Geológicos e Geoquímicos). Neste contexto a sondagem visa indicar o tipo de rocha e teor em profundidade, o grau de alteração, fraturamento, coerência, xistosidade, e muitos outros fatores. Além disso, com a sondagem é possível determinar com precisão toda a extensão e profundidade de um depósito mineral, seja ele aurífero ou não. Sendo assim, a sondagem é o último passo na definição da jazida.
Jazida, portanto, é um depósito natural de substâncias, minerais ou fósseis, que são encontradas tanto na superfície quanto no interior da Terra. Uma jazida mineral, ou um depósito, agrega grande valor econômico à região em que está inserido.
Passo a passo feito atentamente e com sucesso, especialistas da área concluem seus trabalhos com a seguinte frase auto explicativa: “Sem pesquisa mineral, não há mineração”. Deixe o seu comentário abaixo.
Aprofunde seu conhecimento:
- Livro: Fundamentos De Prospecção Mineral → http://acesse.vc/v2/200f4f49b7d
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