Urânio – O Mineral que Mudou a História

O urânio recebeu esse nome em homenagem ao planeta Urano, é um minério comum, muito mais abundante que a prata, de igual abundância à do molibdênio e arsênio, porém, o encontramos 4 vezes menos se comparado ao tório.

Em temperatura ambiente o urânio é encontrado no estado sólido, pertence ao grupo de elementos metálicos e sua principal característica é a radioatividade. Aliás, esta propriedade foi registrada pela primeira vez neste metal.

Foi descoberto por Martin Klaproth em 1789, um farmacêutico alemão e professor de química na Universidade de Berlim, considerado um exímio químico na Alemanha e pai da química analítica por muitos estudiosos.

A descoberta do Urânio

No ano de 1789, em seu laboratório em Berlim, o cientista alemão Martin Heinrich Klaproth teve contato pela primeira vez com o chamado, posteriormente, diuranato de sódio, um composto de cor amarela obtida através da solução de uraninita e ácido nítrico, neutralizada com hidróxido de sódio.

Naquele período, Klapoth acreditou que a substância amarelada era um novo metal, obtido em pó preto pelo aquecimento em carvão vegetal. Na verdade, o pó nomeado como Urânio pelo cientista, em homenagem ao Planeta Urano descoberto 8 anos antes, na verdade era um óxido de urânio.

Mais tarde, especificamente no ano de 1841, o professor de química analítica Eugéne Melchior Peligot conseguiu a primeira amostra do Urânio metálico, esquentado com tetracloreto de urânio com potássio.

A radioatividade do metal, por sua vez, foi encontrada pelo físico francês Antoine Henri Becquerel em 1896. Esta foi a primeira vez que a radioatividade foi descoberta em metais e se iniciou os estudos desta propriedade nos elementos naturais.

Urânio na mineração

A exploração do Urânio teria surgido em torno do século XX nos Estados Unidos, embora alguns registros afirmam que a primeira extração comercial tenha ocorrido já no fim do século XIX, na República Checa.

Segundo a organização das Indústrias Nucleares do Brasil, ocupamos a sétima posição no ranking mundial das reservas de urânio. Apenas 30% desde montante vem sendo explorado em território brasileiro, o que corresponderia a cerca de 600 mil toneladas das disponíveis, sendo as principais reservas deste minério a Caetité  e a de Santa Quitéria.

O minério de Urânio mais conhecido e de grande importância é a uraninita. A maior reserva deste minério atualmente está localizada no Congo, África. Este rico elemento também pode ser encontrado em outros minerais, embora em menor proporção, como a euxenita, carnotita, branerita, torbernite e coffinita. O urânio também pode ser encontrado em quase todas as rochas sedimentares dissipadamente na crosta terrestre e na água do mar.

Utilização do Urânio

Urânio - Bomba Atômica

Antes de iniciar os projetos nucleares em diversos países, o uso do Urânio era limitado. Em suas aplicações mais comuns se destacavam a fotografia, fabricação de peças de couro e madeira, fixadores de cor em seda e lã.

O Urânio teve seu uso crescente desde então, podendo ser encontrado até mesmo na medicina, nas pesquisas da área de saúde e alimentação. Há um líquido proveniente deste metal usado para localizar tumores, a ingestão desta solução faz com que o tumor absorva toda a radiação, tornando mais fácil a sua localização no organismo. Os cientistas afirmam que este procedimento não causa danos ao paciente, visto que a radioatividade presente não dura tempo suficiente para causar complicações.

Todavia, o uso mais comum do Urânio é no ramo energético, mais especificamente na energia nuclear através da fissão auto sustentada e energia elétrica ao fim de todo o processo radioativo. A energia termo nuclear também é um destaque, encontrada em motores de naves enviadas para o espaço, nestes casos o Urânio é responsável pela geração de calor e movimentação do ônibus espacial.

No cenário militar, encontramos o Urânio em forma enriquecida, geralmente utilizada em armamento nuclear, como as bombas termonucleares, por exemplo. Este arsenal de guerra, com grande poder de destruição e popularização de sua criação nos últimos anos em diversas potencias mundiais, é comumente chamado de bomba atômica.

A primeira bomba com poder atômico usada na Segunda Guerra Mundial que se tem noticia, foi chamada de Little Boy, pequeno menino ou garoto em português, e tornou-se conhecida como a “Bomba de Hiroshima” fazendo referência a cidade do Japão onde foi lançada em 6 de Agosto de 1945.

Neste evento estima-se que, pelo menos, 70 mil pessoas teriam morrido em decorrência da explosão direta e que um número semelhante de pessoas teriam sido feridas. O impacto causado pela Bomba de Hiroshima jamais pode ser quantificado de maneira eficaz, porém, o fato de que muitas mortes posteriores vindas do câncer, abortos e nascimentos de crianças com deformações, também são atribuídos à deflagração da bomba.

Impactos ambientais do Urânio

Urânio - Impactos Ambientais
O Urânio como produção de calor nas termoelétricas é muito comum nos dias de hoje, esta não é uma energia renovável, mas seu poder energético é muito maior se comparado a fontes tradicionais como o carvão e petróleo. Graças a isso é possível gerar a mesma quantidade de energia do que outros combustíveis, usando relativamente um número muito menor do metal.

Outro fator que torna o Urânio o amigo chegado da natureza é que, ao contrário dos combustíveis fósseis, durante a sua combustão ocorre a emissão de poucos gases que causam o efeito estufa.

Por outro lado, por se tratar de um metal altamente radioativo pode trazer riscos a saúde do homem, animais e plantas. No organismo humano pode causar câncer, problemas gastro intestinais, falência de órgãos, problemas na visão e morte.

A extração do urânio pode causar alteração do ar em decorrência da emissão do gás chamado radônio, contaminação de lençóis subterrâneos e depósito de moléculas radioativas sobre o solo resistente a degradação bioquímica que pode infectar plantações, mananciais e o próprio homem.

Para evitar tais impactos é necessário evitar o contato direto com o metal, mesmo não sendo absorvido pela pele, raios alfa, beta e gama podem infectar o organismo por radiação. Já na mineração, recomenda-se o planejamento adequado da atividade envolvendo geração de poeira, utilização d’água e a recuperação da área explorada após o término dos trabalhos.

Agora diga-nos o que você acha sobre o Urânio no campo de comentários abaixo e compartilhe esta informação.

8 respostas para “Urânio – O Mineral que Mudou a História”

  1. Avatar de Donizete Almeida
    Donizete Almeida

    Artigo muito bom!
    Continue assim.
    Parabéns.

    1. Avatar de Marcos Lopes
      Marcos Lopes

      Obrigado Donizete.

  2. Avatar de adailson
    adailson

    Ótimo artigo, vou aproveitar muito tudo que for postado.

    1. Avatar de Marcos Lopes
      Marcos Lopes

      Obrigado Adailson. O nosso objetivo é compartilhar o informações para ajudar o máximo de pessoas. Abs.

  3. Avatar de GMB

    Excelente artigo, obrigado

    1. Avatar de Marcos Lopes
      Marcos Lopes

      Obrigado GMB.

  4. Avatar de Jeniffer
    Jeniffer

    Artigo ótimo. ajudou no meu tcc. obg! ^^

  5. Avatar de Euclides R N Sousa

    Bom artigo, para uma breve introdução. Poderia aprofundar mais nas questões de meio ambiente e nos exemplos práticos que ocorrem em nossa realidade, pois é notório o desrespeito à segurança e à natureza. Ainda quero ver um exemplo de área restaurada, sob quaisquer uso da mineração.

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