Ao citar os dois termos, mineração e desmatamento, é constantemente comum que a associação pejorativa seja feita de modo rápido, afinal, a mineração é, com certeza, uma das formas mais claras e evidentes que conhecemos de desmatar florestas e matas, certo?
Errado!
Certo é que por ser uma atividade extrativista, ou seja, que retira recursos naturais do solo produz sim impactos pautados e previstos para a fauna e a flora local, porém, quando comparado a outros empreendimentos, tais como os segmentos de agropecuária e agricultura, a porcentagem que relaciona mineração e desmatamento passa a ser ínfima.
Uma relação custo x benefício extremamente positiva, haja vista que a contribuição financeira das áreas mineiradas é extremamente alta ao longo de toda a sua vida útil.
Ainda assim, é bastante comum que a atividade de mineração seja considerada como a grande vilã dentro do tópico desmatamento. Parte da população mundial, inclusive, ainda acredita que o fim das florestas esteja relacionado a prática da atividade, um grande equívoco.
Hoje, através de programas tecnológicos e projetos de monitoramento ficou muito mais fácil visualizar a verdadeira realidade por trás da devastação ambiental e, acredite, ela não está, nem de longe, tão associada à mineração quanto se suponha.
Veja, neste artigo, importantes dados sobre mineração e desmatamento e entenda quem realmente pode ser considerado como o vilão deste assunto.
Relacionando mineração e desmatamento
Infelizmente, não há mineração sem desmatamento. Justamente por isso, eis aqui o principal motivo que leva as pessoas a acreditarem que tal atividade seja responsável direta pelo fim das áreas verdes.
Para ter acesso ao corpo do minério é preciso, sim, desmatar e retirar o solo fértil, entretanto a mineração é um ramo repleto de leis e regras, em muitos casos enrijecidas e, sem o licenciamento ambiental, torna-se impossível praticar a atividade.
Neste licenciamento acorda-se, por exemplo, sobre a obrigatoriedade da recuperação de toda a área que foi degradada, garantindo-se, desta forma, que o meio ambiente não venha a sofrer maiores impactos ao término da exploração da região.
Desta forma, consegue-se unir o “útil ao agradável”, garantindo que as futuras gerações não venham a sofrer com os atos de degradação da atualidade.
Outro ponto importante a se considerar dentro deste debate é que as áreas de concessão mineral são sempre maiores do que aquelas efetivamente usadas na exploração e extração. Ao longo das atividades mineradoras, as demais terras ficam sob custódia da empresa, que passa a zelar por sua integridade, protegendo-as do desmatamento e de outros crimes ambientais.
Vale a pena ressaltar, ainda, que há uma gigantesca gama de terras inexploradas no Brasil, sendo estas de extremo potencial mineral, mas sem autorização legal para a atividade justamente pelo apreço à conservação da fauna e da flora.
Estima-se que menos da metade do potencial mineral esteja sendo explorado atualmente!
Dados sobre o impacto da mineração
Algumas instituições têm trabalhado, ao longo de muitos anos, para fornecer uma demonstração numérica dos reais impactos das atividades frente ao desmatamento. É o caso do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais) e da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Em 2008, por exemplo, através do Projeto de Monitoramento do Desfloramento na Amazônia Legal (PRODES) evidenciou-se que de uma área de mais de 700 mil km2, cerca de 0,1% do total desmatado estava relacionado diretamente a mineração, sendo o principal vilão, neste contexto, a utilização das terras para pasto limpo – 46,7% do total.
Outro estudo do IBGE avaliou que entre os anos 2000 e 2010 a atividade agrícola foi a maior responsável pela devastação de florestas e matas no país, com tendências de crescimento proporcional a expansão populacional em todo o território brasileiro.
Mas existem outros vilões na história do desmatamento e, em resumo, esses se baseiam na cultura imediatista, que prevê uma corrida incessante pelo desenvolvimento econômico sem pensar, ou balancear, os impactos negativos sofridos pelo meio-ambiente.
Outro exemplo bastante comum são os empreendimentos imobiliários que, na ânsia de ter um expressivo retorno financeiro, derrubam matas e destroem o habitat natural de dezenas de espécies para construir seus condomínios elegantes e distantes do centro das grandes cidades.
E como a mineração pode impactar menos na degradação ambiental?
Apesar de não ser a grande vilã do desmatamento visto, e sentido, no Brasil, a mineração tem muito a melhorar a fim de que seus impactos sejam reduzidos.
O fortalecimento das leis que cuidam da atividade e a fiscalização dos órgãos competentes são exemplos simples de como a mineração pode vir a impactar menos na degradação ambiental.
Para tanto, é de fundamental importância que os governos invistam em medidas e políticas que garantam segurança neste meio.
Recentemente acompanhamos pelos noticiários o desastre de Mariana – cidade do Estado de Minas Gerais – cuja barragem de rejeitos de minério se rompeu devastando vilarejos e toda a mata local. Após 1 ano do acidente, as terras e rios da região ainda estão contaminados.
Estes são os riscos da atividade. Porém, se devidamente fiscalizados, podem ser evitados!
Se os órgãos competentes assumirem a postura de fiscalizar e cobrar, o impacto da mineração sobre o desmatamento será exponencialmente menor, beneficiando a todos.
Gostou do conteúdo? Aproveite para divulgá-lo nas redes sociais e deixe um comentário aqui abaixo!
Deixe um comentário