Em muito associada a perigos e desastres naturais devido às histórias trazidas do passado, como o acidente em Chernobyl, os minerais radioativos tem se mantido presente no dia a dia da população a muito mais tempo do que a grande maioria imagina.
Descobertos, antes mesmo de 1900, os minerais radioativos são motivo de muito interesse e atenção, merecendo ser estudados mais a fundo devido a seus inúmeros benefícios e aplicações na atualidade.
Mas, antes de prosseguirmos, é essencial que se tenha em mente que materiais radioativos, ou ainda, como são conhecidos, elementos radioativos, são os componentes naturais que emitem, de modo espontâneo, partículas e ondas desde a formação da Terra e que nela são encontrados através de jazidas.
Quer saber mais sobre o assunto? Veja agora quais são os principais minerais radioativos, suas características e particularidades e muito mais neste artigo! Continue a leitura.
Principais minerais radioativos
O destaque, no quesito minerais radioativos, fica, sem dúvida alguma, para os elementos químicos Urânio (U), Polônio (Po), Rádio (Ra), Césio (Cs) e Tório (Th) e destes, o Brasil tem explorado em seu território, no decorrer dos últimos anos, o primeiro e o último mencionado.
Algumas das principais características destes minerais radioativos, bem como o modo com que são extraídos da natureza, estão descritos a seguir:
Urânio
Este elemento químico é o que está mais presente nas atividades que envolvem a radioatividade. Com número atômico igual a 92 e massa atômica de 238,07, o urânio (U) pode ser extraído da natureza como óxido, com concentrações minerais bem baixas.
Primeiro mineral radioativo a ser, de fato, descoberto – já que o urânio fez parte de diversos experimentos realizados por Becquerel em 1896 – e o último elemento natural da tabela periódica.
Vale ressaltar, ainda sobre este importante componente, que ele pode ser encontrado em fontes de oxido uranoso (UO2) e de uraninita (U3O8) e que sua desintegração radioativa origina o plutônio, um elemento transurânico radioativo.
Polônio
Por sua vez, o elemento polônio possui número atômico 84 e massa 209. Sua extração é facilitada devido a sua alta solubilidade em soluções ácidas diluídas.
O destaque de suas características fica por conta de seu baixíssimo ponto de fusão, o que acaba por dominá-lo como um metal volátil.
Quando o polônio é comparado aos demais minerais radioativos, observa-se que nele existe uma maior intensidade de emissão do que nas outras substâncias.
Rádio
Metal alcalino terroso, o rádio é um dos minerais radioativos mais raros de se encontrar de modo natural. Seu número atômico é 88 e sua massa atômica 226,05.
A principal fonte do elemento rádio é um minério conhecido como pechblenda e, por emitir gama é frequentemente utilizado nos meios industriais como esterilizador de alimentos.
Sua série de desintegração radioativa forma elementos tais como hélio (He) e radônio (Rn).
Césio
Encontrado em forma líquida nas temperaturas superiores a 28°C, o césio possui número atômico 55 e massa 132,9 sendo, este, um metal alcalino da família 1A.
Uma de suas utilizações está relacionada à medida do tempo. Desde 1967 o Sistema Internacional de Unidades (SI) tem utilizado os ciclos de radiação deste elemento como unidade do tempo segundo.
Tório
O tório possui número atômico 90 e massa atômica, aproximada, de 232. Em temperatura ambiente, este elemento pode ser encontrado em sua forma sólida.
Descoberto em 1828, o tório é um metal natural com ligeira, e evidente, radioatividade. É utilizado para revestir fios, como catalisador e, ainda, na produção de energia nuclear em algumas usinas.
Uso dos materiais radioativos
Imagem: http://oglobo.globo.com
A radioatividade pode, sim, ter sido acometida por alguns drásticos incidentes ao longo da história, porém, é cada vez mais certa sua utilização como benéfica para muitos casos e situações extremas, como descoberta e tratamento de doenças graves.
Dentro da medicina, verificamos a utilização de materiais radioativos nos procedimentos que envolvem Raio-X e cintilografia, por exemplo, processos radioisótopos extremamente úteis para obtenção de imagens de órgãos, prevenindo, desta forma, e auxiliando no acompanhamento e cura de várias doenças.
A radioterapia, outra função de muita importância neste contexto, é essencial para o tratamento do câncer e é um procedimento que utiliza Césio-137.
Outra aplicação comumente observada e que envolve diretamente estes materiais é a geração de energia limpa nas usinas nucleares, sendo este, também, um tópico de muito debate e discussão, visto que para muitos este tipo de uso é potencialmente perigoso e prejudicial em casos de incidentes.
O maior problema do uso dos materiais radioativos se dá quando o organismo humano tem acesso a muita quantidade destas substâncias visto que o sistema biológico pode ser alterado devido a este contato descontrolado
O câncer, que pode ser curado através do uso sensato destes elementos, pode ser causado, também, quando ocorre um excesso de contato e exposição à radiação. Outros sintomas comuns a esta alta exposição são náuseas e queimaduras, tanto internas quanto externas.
Principais reservas mundiais
Como citado anteriormente neste artigo, o Brasil tem se destacado pela exploração de dois destes materiais radioativos, o Urânio e o Tório.
O urânio é encontrado, principalmente no Estado de Minas Gerais – no Quadrilátero Ferrífero e em Poços de Caldas – e, também pode ser extraído no Ceará e no Pará – em uma grande reserva recém-descoberta na região da cidade de Santarém.
Estima-se que a jazida descoberta em 2008 no Estado do Pará seja a maior do mundo!
Outros países que se destacam na extração desta substância são: Cazaquistão, Austrália, África do Sul, Estados Unidos e Canadá.
Quanto ao Tório, explorado principalmente em dois estados brasileiros – Rio de Janeiro e Espírito Santo – pode ser encontrado, também, na Austrália e na Índia.
Legislação pertinente à extração no Brasil e no mundo
Cabe salientar que cada país possui legislação própria no que diz respeito à extração e mineração dos elementos e substâncias radioativas desde que estes estejam de acordo com quaisquer acordos e tratos internacionais.
No Brasil, é pertinente a consulta ao Decreto-Lei n° 227, de 28 de fevereiro de 1967 – “Código de Mineração” para informações mais precisas sobre este ramo de atividade.
É válido, ainda, a observação e adequação constante aos regulamentos do DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral – e, também, a consulta ao CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear.
25 comentários
Muito bom este texto, parabéns!
Obrigado Josyane.
Eu tbm me ajudou bastate para o trabalho da escola !!! U_U
Excelente artigo,não tinha muita informação sobre estes minerais radioativos e não sabia onde os mesmos seriam encontrados na natureza. Parabéns Marcos Lopes e obrigado.
Obrigado Venâncio. Volte sempre 🙂
Parabéns, como sempre textos muito explicativos e com informações muito interessantes!
Muito obrigado pela visita e pelo elogio meu amigo. Que bom vê-lo por aqui. Grande abraço.
Muito bom artigo, gostaria de saber sobre o grupo do whatsapp como fazemos para entrar.
Ivanildo, procure um link de convite na nossa fã page no Facebook. Só clicar nele e abrir com o Whatsapp.
excelente material Marcos
Obrigado Geizon. Tento sempre melhorar o conteúdo por aqui. 🙂
Muito bom e foi muito util pra mim
Obrigado Tito. Volte sempre… 🙂
Bom dia muito interessante. Sou Laboratorista de Solo e o assunto me interessou muito
Boa matéria !
Sobre a extração do Urânio no Brasil suas informações estão equivocadas.
Olá Ramon… Obrigado pelo comentário. Por favor, nos explique quais informações estão equivocadas? Aguardamos.
QUAL ANO DE PUBLICAÇÃO DESTE ARTIGO?
Outubro de 2016 Gabriela. Obrigado pela visita.
Otimo conteudo para pessoas do ramo, gostei
Muito bom esse artigo, parabéns pelo o site, um abraço do seu brother Samuel.
Cristais emitem radioatividade?
Muito bem elaborado
E instrutivo? Só quem.conhece particulas e que sabe das armadilhas que a Radioatividade prepara!!
muito bom o material vc teria algo a mais pra me ajudar, aonde que se aplica novos materiais,
medicina, energia…
Muito bom o artigo. Temos a presença de Torio em nossa regiao Litorânea até Regência aqui no Espírito Santo.